Zapata é filho de imigrantes ilegais que foram tentar o então popular "sonho americano". Viveu sua infância nos guetos e Los Angeles até seus pais terem morrido por falta de assistência médica, não tinham dinheiro para o plano de saúde. Perdido, passou por vários lares adotivos interinos até seus 15 anos quando acabou sendo enviado para Megacity 1, onde finalmente achou sua vocação pela medicina e em garantir que pudesse salvar o maior número de vidas possíveis.
Após se formar, exerceu sua profissão nas maiores possilgas do planeta, dos guetos de Detroit aos confrontos do Oriente Médio, passando pelos surtos epidêmicos da África subsaariana até excursões de saúde pública floresta Amazônia adentro.
Contudo, ele sempre volta a Megacity 1, que se tornou o mais próximo de um "lar" para ele. Nem que seja apenas o lugar para recarregar os suprimentos, levantar algum dinheiro e, mais uma vez, partir para front, onde Zapata e suas habilidades sempre serão mais necessários.
Vivo, geralmente, em viagem pelo mundo sempre em algum lugar onde meus serviços como médicos são mais urgentes e necessários.
Apesar dos "trabalhos" feitos pelo mundo afora serem de natureza essencialmente humanitária, tais locais são de tal forma instáveis que muitas vezes oportunidades de obtenção de algum lucro financeiro muitas vezes aparecem. Seja um chefe tribal agradecido por ter ajudado a salvar sua gente, ou um líder de cartel de drogas colombiano que não perdeu o braço porque você fez uma cirurgia de emergência, no meio da selva, sem instrumentação adequada... enfim, todos tem algo de algum valor que muitas vezes usam como agradecimento e você não pode recusar (a não ser que queira ofender os locais e lidar com as consequências disso).
Ademais, de tempos em tempos volto para Megacity 1 para "recarregar", tanto meus suprimentos médicos quanto minhas finanças. Em relação aos suprimentos tenho um contato útil para isso. No que diz respeito as finanças, nunca há médicos demais em Megacity 1. Sempre é possivel conseguir emprego que pague bem, mesmo que temporário.
Minha ambição é ser o melhor e o maior médico do mundo. A morte dos meus pais marcou fundo minha vida, principalmente depois que eu descobri que elas poderiam ter sido evitadas se o tratamento médico adequado tivesse sido ministrado. O fato de ele não tê-lo sido por questões de classe social e de dinheiro me enfurece até os dias atuais.
Eu não medirei esforços para alcançar meu objetivo. Matar? Contraproducente. E vai diretamente contra o que eu estou tentando ser. Obviamente um homem, se atacado, tem que se defender. Todavia, isso não me impede de enganar, roubar, mentir e outras coisas do tipo, principalmente se for contra os filhos da puta responsáveis por construir esse sistema em que uma pessoa morre simplesmente por não ter dinheiro para custear o tratamento. A vida das pessoas em primeiro lugar, sempre.
Perto da morte? Huahauhauahuah! Também conhecido como terça-feira. Quando se vai aos lugares que eu fui, exercer sua profissão e arriscar a vida fazem parte da descrição do serviço. No meu ramo, se você não está disposto a arriscar sua vida para salvar a do outro você escolheu o nicho de carreira errado irmão.
Em primeiro lugar, a morte dos meus pais por falta de assistência médica. Morreram e poderiam ter sido salvos se o governo ligasse para a saúde de sua população ou se houvesse um médico abnegado disposto a salvá-los, o primeiro é uma utopia ( nenhum governo dá a mínima para sua população) e encontrar o segundo é como procurar uma agulha em um palheiro. No entanto, é essa pessoa que eu quero ser.
Em segundo lugar, quando entrei para a faculdade de medicina. Ali eu consegui encontrar propósito e instrumentos para realização da minha ambição. O sábio que diz que conhecimento é poder realmente estava certo, e não era de forma figurativa. Ser médico é literalmente ter a vida de outra pessoa em suas mãos. é preciso ter responsabilidade e coragem para exercer esse poder.
Maria Zapata: Minha mãe. Nascida no México enfrentou dificuldades a vida inteira. Depois de se casar com meu pai, resolveram imigrar ilegalmente para os Estados Unidos para tentar o chamado "sonho americano". Conseguiram, mas meu pai morreu dois anos depois, logo após meu nascimento, o que tornou nossa vida ainda mais difícil. Mulher de personalidade forte, me criou bem, mas infelizmente morreu antes de me ver virar médico, devido à falta de tratamento de uma doença curável.
**Diego Lopez (dieguito): Meu amigo e vizinho quando criança, filho da melhor amiga da minha mãe. Nos mudamos juntos para Megacity 1, enquanto eu consegui uma oportunidade como bolsista de medicina, a sorte não sorriu tanto para ele (depende do ponto de vista, ele faz mais dinheiro que eu) se tornou um "drug dealer" relativamente bem estabelecido. Hoje ele é meu fornecedor de insumos para o exercício da minha profissão.
Dr. Augusto Walker: Ex-médico dos Marines e meu professor na faculdade. Foi ele que me ensinou praticamente tudo que eu sei no que tange a medicina de emergência e como me portar quando estiver exercendo a medicina em locais inóspitos.
Minha infância foi vivida nas periferias de Los Angeles. Mal conheci meu pai, vítima da violência que frequentemente assola esses lugares. Muita pessoas e poucos recursos, meu pai foi mais uma vítima das circunstâncias do imigrante ilegal mexicano tentando uma vida melhor nos Estados Unidos.
Fui criando pela minha mãe. Mulher de pessoalidade forte, mas carinhosa que me criou da melhor forma possível dentro das possibilidades que tinha ao alcance das mãos.
A escola era para mim uma coisa esquisita. Nunca foi uma questão de adaptação, eu não tinha dificuldades com o ambiente. Sabia muito bem lidar com aquele zoológico, que quando não era uma zona de draft para as gangues locais era uma incubadora para o nascimento de novas gangues. O problema era a questão acadêmica, era fácil demais. Eu sempre ficava meio abismado com a dificuldade que meus colegas enfrentavam para resolver os problemas propostos. Levou algum tempo para eu perceber que o diferente era eu. Alguns colegas aliás, só conseguiram o diploma do ensino médio graças a mim.
Eu nunca me apaixonei realmente por ninguém. Minha vida sempre foi uma sequencia de infortúnios, salvo o breve período que eu vivi com a minha mãe. Desde que eu descobri minha vocação e entrei na faculdade de medicina eu sempre olhei firme para os meus objetivos e o que eu queria fazer. Depois de formado, meu estilo de vida caótico de muitas viagens em missões humanitárias pelos mais diversos locais do mundo impossibilitou qualquer possibilidade de um relacionamento romântico.
Mas eu ainda me lembro de uma morena que eu conheci nas selvas colombianas... eu fui feliz lá... por um tempo.
Esquecer o porquê de eu ter feito medicina. Com a minha história e minhas as raízes, o meu maior medo é virar uma pessoas que só trabalha pelo dinheiro que a profissão oferece, encarar o paciente como unicamente uma forma de obter dinheiro. Não me entenda mal, eu acredito que minha profissão (como todas as outras) deve ser bem remunerada (e todo mundo tem os seus boletos para pagar), mas a medicina exige algo a mais. Exige vocação, exige empatia e cuidado com o próximo, enfim: exige que você realmente se importe com o outro, e o ajude, muitas vezes sem receber nenhuma compensação (pelo menos não financeira) em troca.
Decisões morais relacionadas aos contratos. Eu sabia que ao entra na vida de empreiteiro isso seria uma questão, mas nada te prepara para as maluquices que você vai encontrar. O ser humano é capaz das mais horrendas atrocidades e quando você adiciona "poderes especiais" a isso a escala do grotesco e do inumano atinge novos limites. Eu devo tomar cuidado redobrado para não ficar maluco! Existem coisas piores que a morte. Ademais, ficar insensível ao sofrimento humano e adquirir poder pelo poder e consequentemente esquecer meus objetivos é um cuidado que eu devo ter sempre. Vigilância constante é o mote do momento!
Eu tenho duas coisas que prezo muito.
A primeira é um escapulário de "Santa Muerte". É, praticamente, a única herança da minha mãe, salvo algumas fotografias velhas. É, de certa forma, irônico que um médico não religioso ande com um item desses, mas me faz lembrar da minha família e eu já passeis por tanta coisa estando junto com ele, que não posso negar que eu tenha uma certa superstição com o objeto. Minha mãe sempre me pedia para usá-lo. E uma frase dela me marcou e sempre me vem a cabeça "Você pode até não acreditar em bruxas, mas que elas existem, existem!".
A segunda é o meu por assim dizer "kit médico". São utensílios médicos (bisturi, estetoscópio, entre os outras coisas) que o meu professor na faculdade me deu quando eu me formei. Não são mágicos nem nada, apesar de serem de excelente qualidade. Eu confesso. eu tenho um certo apego emocional com eles. Eles de certa forma são um símbolo de uma etapa da minha vida que eu cumpri com sucesso, mas o mais importante é que toda vez que olho para eles ou os manuseio, eu lembro das lições de que meu antigo mestre me passou sobre o exercício da medicina, tanto na parte técnica, mas principalmente quanto a parte moral da minha profissão.
Não me perder completamente neste mundo de empreiteiro. Ser empreiteiro vale à pena? Vale. É satisfatório? Como diz o outro: a ver...
As possibilidades que o mundo dos contractors abre para quem está disposto a arriscar a vida e a sanidade são praticamente infinitas, mas os perigos que a pessoa se expõe é igualmente gigantesco. Aqui eu nem falo do risco inerente dos contratos não (o que, depois do pouco que eu já vi, seria mais do que o suficiente para matar de medo a maioria dos marmanjos por aí), eu falo de todo o mundo subjacente, o mundo debaixo do mundo, que existe como uma sombra, como uma máscara deturpada de si mesmo.
A partir do momento que você entra neste mundo não tem mais volta. Os "Poderes", os interesses e os planos atingem uma escala que eu (que não sou o mais burro de todos) sou incapaz de imaginar. Creio que o meu maior medo de verdade é que na tentativa de adquirir poder para fazer um mínimo de bem as pessoas, eu esteja sendo usado como ferramenta para realizar um mal que, de outra forma, não teria como tomar forma...
Seja firme Zapata! Você já tomou sua decisão! Agora lide com as consequências como um homem, como sua família te ensinou.
Eu acordo cedo. Eu sempre acordei cedo, desde moleque até os tempos da faculdade. E para falar a verdade, no meu ramo de atuação dormir muitas vezes é um luxo.
Mas como eu me preparo? Já foi dito que o homem é um escravo da rotina, e de certa forma eu não estou livre desse ditado, mas no meu caso a rotina é bem vinda e até ouso dizer necessária.
Eu acordo praticamente todos os dias as seis da manhã e checo meus "equipamentos". Primeiro os medicamentos, faço um inventário completo, separando se necessário, por finalidade cada remédio que eu possuo comigo, vejo se estão na validade, se o estoque é suficiente e finalmente os organizo de volta em minha maleta. Segundo: realizo uma inspeção minuciosa dos meus instrumentos cirúrgicos, limpo-os, faço a manutenção preventiva e corretiva (caso seja necessário), e finalmente esterilizo todos eles com cuidado. Depois disso uma boa xícara de um café forte e se possível um bom café da manhã.
Francamente faria apenas o mais básico, atenderia o requisitos de etiqueta necessários para não me destacar negativamente. Eu acredito muito mais no conteúdo, no que a pessoa é e pode fazer do que na forma como ela se apresenta. Na imensa maioria das vezes, uma "velha raizeira" mal vestida e ranzinza tem muito mais valor, conhecimento e caráter do que um profissional de saúde com seu jaleco impecável, seu iphone e sua proza lotada de jargões.
O que eu usaria? Se for uma ocasião estritamente profissional, um bom jaleco: simples, limpo e prático. Se for uma ocasião social, um bom terno talvez... vai depender do "code dress" do evento ou do lugar.
Tempo para ficar pronto? você acha que eu sou o quê? Uma adolescente indo para o baile de formatura? O tempo de um bom banho somado ao tempo necessário para me arrumar já é mais do que o suficiente.
Aniversário? A última vez que eu de fato comemorei meu aniversário eu ainda era um adolescente e minha mãe ainda estava viva. As escolhas, que eu fiz e faço, ligadas a minha profissão como médico, geralmente me colocam em "shit holes" nos mais variados lugares do mundo. Resumindo, eu acabo nem lembrando que é meu aniversário e quando eu percebo a data já passou.
Agora, em Pedra Rachada pode ser diferente, se eu não estiver em um contrato talvez dê para comemorar. Uma comemoração simples com meus companheiros e as pessoas da comunidade seria muito legal... lembraria minha mãe e minha infância. Uma época boa e feliz. Talvez eu ganhe uma festa surpresa... eu nunca tive uma dessas. Eu gostaria disso.
Não ter tido o poder necessário para salvar minha mãe quando ela ficou doente. Tá! eu sei que não foi minha culpa... eu era só um adolescente na época, mas mesmo assim o sentimento fica. A dor de perder minha mãe me atingiu como um soco no estômago e ela é, e sempre sempre será, uma emoção definitiva na minha vida que me impulsiona a ser um médico melhor.
Mas eu ainda me lembro... me lembro das noites em que eu ficava acordado, ouvindo os gemidos de dor de minha mãe, impotente para aliviar seu sofrimento. Eu ainda penso se talvez eu não devia ter insistido mais com os médicos, se não devia ter procurado uma segunda opinião, o pensamento de que talvez eu não tenha feito o suficiente para salvá-la ainda me assombra de vez em quando.
E estranho como a mente funciona... hoje eu sei que não havia nada que o meu "eu" daquela época pudesse ter feito. Eu precisava de alguém, eu precisava de ajuda, eu precisava de um MÉDICO de verdade. Um médico que estivesse mais interessado em curar as pessoas do que ganhar milhões no exercício da sua profissão. Eu precisava do que eu sou HOJE. Isso talvez seja suficiente para pirar a cabeça de muita gente... ou no mínimo deixá-la extremamente revoltada.
Enfim, c'est la vie.
A natureza dos meus "gifts" deriva, em boa medida, da minha profissão (médico) e do desejo do meu personagem em curar as pessoas, mantendo-as vivas e saudáveis de melhor forma possível. Como eu também sou médico com experiência em áreas de guerra/conflitos (oriente médio; áfrica, américa do sul, ásia... enfim já trabalhei em quase todo parte do mundo), crises humanitárias e afins, poderes que me permitam me proteger e proteger meus aliados também
Não se pode dizer que meus "gifts" sejam potencial inerente... em sua maior parte, são frutos de anos de estudo e experiência no campo da medicina. Os meus gifts, obviamente, elevam minha própria competência a limites inimagináveis para um ser humano (ou médico) comum. Tornando, para um observador atento, o que antes era percebido como um tratamento médico, indistinguível de magia.
E recebo meus "gifts" através de "gifts coins" e o poder se revela quando eu me "concentro" (por falta de termo melhor) nela.
Quando me perguntam sobre minha espiritualidade e religiosidade, fico um pouco hesitante. Não sou uma pessoa de fé no sentido tradicional; não frequento uma igreja, não sigo dogmas e não participo de rituais religiosos convencionais. No entanto, a conexão com minhas raízes mexicanas traz à tona uma série de crenças e superstições que, de certa forma, moldam minha visão de mundo.
Cresci ouvindo histórias da minha mãe sobre a importância dos espíritos e de como eles influenciam nossas vidas. Ela sempre dizia que devemos respeitar os mortos, acendendo velas em seus aniversários ou em datas significativas. Para mim, isso não é apenas um ritual, mas uma forma de manter viva a memória da minha família e honrar aqueles que vieram antes de mim.
Além disso, as superstições que circundam a cultura mexicana são fascinantes. Coisas simples, como não varrer a casa à noite para não “varrer” a sorte embora ou passar sal sobre o ombro esquerdo quando algo ruim acontece, são práticas que sigo quase inconscientemente, mesmo que de maneira leve. Elas me lembram de que estamos todos interligados em uma teia de histórias, crenças e experiências.
Portanto, embora eu não me identifique como uma pessoa religiosa, sinto que minhas superstições são uma celebração da minha herança e um reconhecimento de que, mesmo sem fé formal, o impacto da minha criação e cultura permanecem bastante vivo em mim.
Acredito que todos merecem uma chance, que cada um tem sua própria história e que, por trás das escolhas que fazemos, há uma complexidade que muitas vezes não é vista à primeira vista. Por isso, trabalhar em um ramo que muitos consideram questionável tem sido uma jornada cheia de conflitos internos.
No meu dia a dia, interajo com pessoas que, assim como eu, têm sonhos e necessidades. A maioria delas, apesar de estarem em situações complicadas, busca apenas uma forma de sobreviver. Quando olho para a minha profissão, percebo que, de certa forma, estou ajudando essas pessoas a encontrar alternativas que, de outro modo, seriam impossíveis. Racionalizo essa ambiguidade ao pensar que, se eu não tivesse entrado no mundo dos “contractors”, elas poderiam acabar em situações muito piores.
Além disso, sempre me esforço para agir de maneira ética, garantindo que as escolhas que ajudo a facilitar sejam as menos prejudiciais possíveis. Ao invés de me deixar levar por julgamentos alheios, foco em como posso fazer a diferença, mesmo que pequena. Essa perspectiva me ajuda a lidar com os inevitáveis conflitos e a manter (pelo menos um pouco) minha integridade. Em um mundo tão cheio de nuances, talvez o mais importante seja os resultados de fato produzidos (a transformação de pedra rachada é prova disso). Afinal, cada um de nós busca um lugar ao sol, mesmo que o caminho até lá seja tortuoso e perigoso, muito perigoso.